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Cirurgias Mutilantes em cães e gatos

Em 15 de fevereiro de 2008 o CFMV proibiu o corte de orelhas, cordas vocais e amputação de unhas de felinos e recomendou a não realização de corte de cauda em cães, inclusive em raças em que o padrão definido conste com o procedimento.

 

Segundo o órgão competente em fiscalizar e regular o funcionamento da profissão medico veterinária, alega a quebra do compromisso ético da profissão para com o bem estar animal. Na mesma resolução ficaram definidas algumas outras normas para procedimentos considerados mutilantes para fins estéticos tanto em animais silvestres, de produção ou pequenos animais.

 

Ficou estabelecido que tais procedimentos cirúrgicos têm apenas fins estéticos sem função para o atual convívio dos animais na sociedade. Podemos resumir o motivo do corte de cauda (caudectomia) como cultura antepassada, antes mesmo de terem federações de cianofilia com padrões de raça definida; onde os cães eram utilizados basicamente como instrumentos de trabalho como caça, lida com animais e a guarda, além claro do esporte de brigas de cães. Estes animais que trabalhavam junto aos homens tinham constantemente ferimentos, lacerações em caudas e orelhas conforme trabalho praticado, brigando com a presa, ferindo em galhos e buracos por onde passavam. Tais ferimentos antigamente eram de difícil tratamento, pois não havia formas eficazes, sendo assim, mais conveniente a amputação para evitar possíveis complicações durante o trabalho que às vezes poderia comprometer até mesmo a vida do animal, pois são órgãos muito vascularizados favorecendo intensa hemorragia. A cauda do animal é um prolongamento da coluna vertebral estando cheia de inervações e ramificações da coluna sendo necessários cuidados minuciosos. A cauda tem sua função resumida nos dias de hoje em ser o termômetro do cão como forma de expressar o que sente, pois cada posição e movimento do membro denotam uma expressão especifica (agressividade, medo, felicidade, curiosidade…).

 

As orelhas passaram a ser cortadas também pelo fato de evitar ferimentos durante o trabalho que caso machucassem sangram bastante. Em animais de rinhas eram cortadas para evitar ficar expostas para que o combatente possa ferir e se aproveitar da fraqueza. Nos dias de hoje acrescenta-se o corte de orelhas como uma apresentação de cães de guarda, que tornam a expressão mais agressiva, tirando a docilidade do olhar do cão com orelha caída.

 

O corte de cordas vocais não precisa ser explicado minuciosamente, pois está pressuposto. Hoje o intenso convívio dos cães aos lares das famílias brasileiras, estes tem como forma de expressão o latido que muitas vezes em locais reservados (apartamentos e locais fechados) ou em excesso tornam-se inconvenientes tornando-se comum a pratica da cordectomia nas grandes cidades para suprir um luxo ou má educação do animal junto ao proprietário, sendo também considerada proibida perante o conselho.

 

Aos felinos sobrou a amputação das garras, que também pelo convívio intenso nos lares adaptaram seu habito de espreguiçar e afiar as garras na natureza, em arvores e outras plantas, para os sofás e outros móveis de nossas casas, causando com isto a destruição dos mesmos, assim como forma de defesa dos mesmos.

 

É preciso analisar a real necessidade de amputar-se uma parte do corpo de um animal. O motivo estético é questionável. Muitos cães parecem ficar mais bonitos com a cauda inteira, embora a beleza seja algo muito subjetivo para ser analisado, pois estamos habituados a vê nos padrões definidos e iremos estranhar qualquer forma diferente que ao longo do tempo deve-se superar.

 

De todos os procedimentos descritos o único que é considerado apenas aconselhado a não realização é a caudectomia, os demais são considerados proibidos na pratica veterinária e o profissional que o fizer salvo as exceções com indicação clinica serão julgados e punidos perante o órgão competente.

 

Concluindo vemos que são todos procedimentos estéticos, que nada influenciam na vida do animal, sendo apenas parte da adaptação dos mesmos, as culturas humanas e conceitos modernos quanto ao visual e padrão de raças.

 

M.V. Arthur César Ferreira 

10/07/2013

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